Lalalala lalalala lala lalala...

Lalalala lalalala lala lalala...

Pelos vistos, Simone de Oliveira ainda está viva – e para que ninguém se esqueça disso, a erada senhora (desenganem-se aqueles que acham que a expressão «no tempo da outra senhora» se refere à ditadura, à censura ou às Senhoras donas de casa) lá vai mandando a sua laracha, de vez em quando.

No ano passado, foi a história de que fugiu de casa aos 19 anos, «contra as instituições e a sociedade», e acabou a apanhar porrada de meia-noite do marmanjo com quem esteve casada durante revolucionários três meses. Agora, acusa a directora de produção e coordenação de projectos da SIC de não gostar dela e de não ter autorizado que cantasse o tema Rosa Sangue, dos Amor Electro, com Marisa Liz.

Simone – que é mais uma prova de que o apelido de Oliveira, fazendo jus à árvore que o origina, é sinónimo de extrema longevidade –, argumenta que nem se importa muito que a «rapariguinha de nome Gabriela Sobral» não a queira ver à frente, até porque, questiona ela, «alguém sabe quem é a Gabriela Sobral?». Contudo, o facto desta ter vetado a sua «participação (gratuita) para cantar o tema», é coisa para lhe estragar o dia. «Revejo-me no Estado Novo», disse.

Curiosamente, foi no Estado Novo, depois de entrar em depressão na sequência daquelas encantadoras primeiras núpcias, que uma jovem Simone seguiu o conselho do médico e foi distrair-se no Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional. Foi ainda durante o Estado Novo que se consolidou como reconhecida e multi-premiada cançonetista, até que, no belo ano de 1969, decidiu entrar para o restrito e excelentíssimo grupo dos intelectuais antifascistas – gente que, como toda a gente sabe, com as suas cantigas e guitarradas, ajudou a derrubar o antigo regime –, interpretando um poema de Ary dos Santos, com aquela quadra que toda a gente conhece, mas que eu não me importo nada de aqui reproduzir: 

Lalalala lalalala lala lalala…
Lala lalala lalalala…
Lalalala lalalala lala lalala…
Lalalala lala lala…

Depois, perdeu a voz, parece que passou por dificuldades, e chegou a ver-se obrigada a apresentar o concurso da Miss Portugal, vejam só. Uma chatice pegada. Mas o que interessa é que, aparentemente, este país deve muito a Simone de Oliveira e, apesar da própria admitir que «há pelo menos 50% da população portuguesa que não gosta» dela, é realmente incrível que venha agora a directora de produção e coordenação de projectos da SIC, de forma absolutamente arbitrária, proibir a senhora de cantar o tema de um projecto da SIC, só porque não gosta dela. Ainda por cima de borla. Não se faz. Mais respeitinho, menina Gabriela, mais respeitinho!

Este escândalo só não é maior porque já não é a primeira vez que a SIC mete água na questão da gravação de temas musicais para os seus projectos. Em 2013, convidou uma velha, de quem agora não me lembro o nome, para fazer um dueto com a Luciana Abreu e a velha recusou. Disse que se fosse para cantar sozinha, ainda vá que não vá, mas com a Luciana não. E ainda teve a lata de dizer que achava a interpretação da Lucy uma cagada. Esperemos que desta vez o senhor Balsemão tenha aprendido a lição.

Ah!, já me lembrei de quem era!

Quem desfolha, fá-lo por gosto.





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