Em Portugal, mais do que saudar e desejar um feliz aniversário a alguém, damos absurdamente os parabéns à pessoa que faz anos – como se ter algum cuidado com a saúde, ou a atravessar a rua, fosse mais do que a nossa obrigação. Mas não estou a ver ninguém a ter a coragem de se chegar ao pé de um moribundo – devido a alcoolismo, a toxicodependência, ou a achar que só quem pega de empurrão é que apanha sida, por exemplo – e dizer, «foda-se, a morrer? Ai aqui o menino fez merda e agora vai deixar de viver, é? Tem vergonha nessa cara, pá».
Uns falsos e uns cobardes, é o que nós somos.
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