Batráquio d'Ouro

Batráquio d'Ouro



O Urso de Ouro das curtas-metragens foi entregue esta tarde, em Berlim, ao filme português Balada de um Batráquio«lúdica exploração em dez minutos das superstições e do desconforto que rodeia o olhar sobre a comunidade cigana», na qual a realizadora Leonor Teles aborda a prática, comum em Portugal (e, possivelmente, noutros países, sei lá), do uso de sapos de cerâmica, por parte de lojistas e proprietários de cafés e restaurantes, de forma a evitarem a entrada de membros dessa comunidade nos seus estabelecimentos. Segundo a própria, o filme «não apresenta só uma problemática mas tenta, de certa forma, combatê-la», uma vez que a própria realizadora sentiu «urgência» em destruir vários desses sapos em frente à câmara, como «resposta em relação a este comportamento xenófobo».

A temática, aliás, não é estranha à jovem realizadora, formada na Escola Superior de Teatro e Cinema – ela própria filha de pai cigano e mãe não-cigana –, que na sua primeira curta, Rhoma Acans (2012), tinha procurado descobrir como poderia ter sido a sua vida caso tivesse crescido dentro de uma comunidade cigana.

Uma filmografia bastante irónica, portanto, dado que toda a gente sabe que muito provavelmente, se tivesse crescido numa comunidade cigana, Leonor Teles tinha estudado, com sorte, até ao quarto ano, casado aos quinze e, por esta altura, já tinha três garotos.




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