Bah...

Bah...

Está a decorrer, até amanhã, mais uma campanha de recolha de alimentos para o Banco Alimentar. Como tenho o mau hábito de ir ao supermercado comprar apenas o estritamente necessário para cada dia, ao que junto sempre uma guloseima qualquer de que não necessito nada, só no fim de semana passado, e para não parecer uma besta – porque, ainda por cima, apanhei sempre escuteiros diferentes –, doei arroz e atum suficiente para uma família, mesmo necessitada, nunca mais querer ver arroz e atum à frente.

Foram várias, portanto, as oportunidades que tive para analisar o logótipo daquela instituição, que penso que toda a gente conhece, mas que para os mais distraídos, para os que não gostam de ajudar, ou ainda para aquelas alimárias que aceitam o saquinho e depois o usam para levar as suas compras para casa, aqui partilho:


À primeira vista, é um logótipo bastante bem conseguido: uma antropomorfização simples, meio infantil até, das iniciais BA, que qualquer pessoa consegue distinguir. Mas à segunda, terceira, e seguintes contemplações, um observador mais minucioso começa a notar algumas características bizarras desta marca gráfica aparentemente inocente, que irei explanar de seguida, se estiverem com disposição para acompanhar o meu raciocínio.

Vamos começar por vestir as duas figuras:


Temos agora o rapaz B, todo emproado; e a muito delicada menina A. Com esta roupagem, salta logo à vista a forma irregular da perna esquerda de B, que das duas uma: ou foi atropelado, e ficou estropiado; ou está a tentar dar uma joelhada a A – o que até explicava o movimento de impulso que a posição do corpo de B deixa transparecer.

Nesta altura, suponho que se encontrem chocados e consternados com os factos que acabei de expor. É compreensível, eu também fiquei. Mas depois comecei a matutar: seria possível que a imagem representasse uma situação mais complexa do que à partida poderíamos pensar? Eu acredito que sim.

Vejamos o seguinte exemplo:


Na verdade, B poderia apenas estar a tentar tirar uma daquelas meias compridas e grossas de Inverno, já com o elástico todo lasso, que parece que nunca mais acabam e teimam em não sair.

Ou então, esta situação:


B anda só de meias em casa e pisa uma pastilha, ou outra coisa pegajosa e muito aborrecida de despegar dos tecidos. Ficam sempre bocadinhos agarrados, mesmo quando os tentamos colar ao resto da pastilha, é uma chatice.

Mas enfim, acho que se podiam ter evitado todas estas dúvidas e suposições se os designers deste país se armassem menos ao pingarelho e fizessem logótipos que tenham realmente a ver com o produto. O Banco Alimentar é, como o próprio nome indica, um banco de comida. O objecto mais associado à instituição são os sacos próprios, entregues à porta dos superes e hiperes. Ora, não é preciso ser um génio para juntar estes dois factores de uma forma coerente e apelativa.

Posto isto, e porque não sou pessoa de criticar só por criticar e não sugerir nenhuma solução, apresento-vos a minha proposta para uma nova imagem do Banco Alimentar:






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