A EXPOFACIC está de parabéns e merece este título à la crónica do Miguel Esteves Cardoso. A Exposição/Feira Agrícola Comercial e Industrial de Cantanhede faz 25 anos, e esta edição promete!
Para além dos animais, das alfaias e dos comes-e-bebes, está previsto «um vasto programa de animação, com a realização em 7 palcos colocados no recinto da feira, de espectáculos de natureza cultural e artística». Uma vista de olhos pelos cartazes dos últimos cinco anos deixa perceber que a lógica das escolhas da organização passa normalmente por um apanhado da música em português na berra, Tony Carreira e uma banda ou um músico britânicos chatos. Este ano, e quando ainda faltam sensivelmente cinco meses para o certame, estão, para já, confirmados Natiruts, Xutos & Pontapés, Anselmo Ralph, Buraka Som Sistema, Dama e Miguel Araújo.
Mas, para mim, a confirmação do ano, que eleva a feira a um patamar mais elevado de classe, qualidade e bom gosto, é a da não contratação dos Coldplay. Nem precisavam de contratar mais ninguém. O facto de uma pessoa poder andar descontraidamente pela feira e pensar "meu deus, podiam estar agora ali os Coldplay a tocar, mas não estão. Que bom!" é a maior oferta que a organização poderia fazer ao seu público. Os festivais portugueses podiam e deviam aprender com a EXPOFACIC, e anunciarem mais vezes a não contratação de bandas aborrecidas de morte.
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